Os dados de vigilância são utilizados para descrever e comparar padrões de doenças usando as variáveis pessoa, local e tempo. Em particular, exemplos do uso da variável tempo podem ser encontrados nos primeiros estudos epidemiológicos conhecidos. Por exemplo, em um relatório sobre a epidemia de gripe de 1847 em Londres, William Farr apresentou dados coletados por semana e calculou facilmente o excesso de mortalidade devido à gripe em diferentes períodos do ano. A discussão entre estatísticos de várias disciplinas sobre o uso de unidades de tempo específicas parece ter sido uma constante no início do século XX. Em maio de 1925, um documento foi apresentado à Sociedade Real Britânica de Estatística, que argumenta pela primeira vez que um período de tempo mais curto que o mês calendário (a semana) é necessário como um "princípio de divisão" do ano para fins de análise de estatísticas vitais. Hoje, existe um consenso internacional sobre o uso de um período de tempo padrão para agrupar mortes ou outros eventos epidemiológicos. Este período é geralmente a semana e é conhecido como semana epidemiológica. A divisão dos 365 dias do ano em 52 ou 53 semanas epidemiológicas é conhecida como calendário epidemiológico. É uma forma de padronizar a variável tempo para fins de vigilância epidemiológica. A importância dessa divisão e, acima de tudo, do uso da semana epidemiológica reside no fato de que permite a comparação de eventos epidemiológicos que ocorreram em um determinado ano ou período de um ano com os de anos anteriores. Também facilita a comparação entre países.