A disciplina de Informática Médica ocupa uma posição estratégica na formação do futuro médico ao integrar, desde o primeiro semestre do curso, competências indispensáveis ao exercício profissional em um cenário marcado pela transformação digital, pela produção massiva de dados e pela reconfiguração das formas de cuidar. Em uma prática clínica cada vez mais centrada na pessoa, baseada em evidências e orientada por dados, o domínio crítico e ético das tecnologias da informação tornou-se não apenas desejável, mas essencial.

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Nesse contexto, a regulação e o debate sobre os aspectos técnicos, éticos e legais da transformação digital na saúde têm mobilizado diversas instâncias institucionais e profissionais. Dentre elas, destaca-se o papel do Conselho Federal de Medicina (CFM) na normatização de práticas como a telemedicina, o uso do prontuário eletrônico do paciente (PEP) com certificação digital, a incorporação responsável da Inteligência Artificial na prática clínica, além da garantia de segurança da informação conforme as diretrizes da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Essas contribuições reforçam o compromisso da medicina com a qualidade do cuidado, a integridade dos dados e a centralidade do paciente, sem perder de vista os avanços que reposicionam a tecnologia como ferramenta complementar à atuação clínica responsável.

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A disciplina oferece aos estudantes as bases conceituais e operacionais para compreender e aplicar recursos como sistemas de informação em saúde, ferramentas colaborativas, bancos de dados clínicos, linguagem estruturada, busca de evidências, dashboards e relatórios, inteligência artificial e automação de processos. Os conteúdos são explorados de modo articulado com as necessidades reais da formação médica, com ênfase na produção, interpretação, comunicação e proteção de dados clínicos e epidemiológicos, assegurando a coerência com as Diretrizes Curriculares Nacionais, a Matriz de Referência do ENADE/ENAMED e os princípios da Saúde Digital.

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A formação prática promovida pela disciplina transcende a aquisição de habilidades técnicas. Ela estrutura o raciocínio clínico, fortalece a capacidade analítica, promove a comunicação científica, favorece o trabalho colaborativo e sustenta o julgamento profissional fundamentado em evidências. Ao estabelecer pontes com componentes como Epidemiologia, Metodologia Científica, Medicina Baseada em Evidências e Inglês Médico, a Informática Médica constitui um eixo integrador que fortalece a formação acadêmica e antecipa competências exigidas nas diversas etapas da atuação médica, incluindo o internato, a residência e a educação permanente.

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Mais do que uma ferramenta, a Informática Médica é apresentada como uma competência transversal e estruturante, necessária à formação de médicos preparados para exercer sua prática com qualidade, segurança, responsabilidade social e capacidade de adaptação crítica às transformações do cuidado em saúde.